Como chegámos aqui

A história do Seminário Teológico Baptista (STB), como instituição da Convenção Baptista Portuguesa (CBP) vocacionada para o ensino teológico, remonta a 6 de outubro de 1969, quando esta escola abriu pela primeira vez as suas portas para receber 8 alunos, nas suas instalações em Queluz, perto de Lisboa. Sob a direção de Lester Carl Bell, missionário da Junta de Missões Estrangeiras da Convenção Baptista do Sul dos Estados Unidos da América, os primeiros professores do STB foram, para além do próprio Bell, Manuel Alexandre Júnior, Grayson Tennison, João António Marques e Dâmaso Lopes da Silva.

Esta iniciativa continuou importantes experiências de educação bíblica e teológica, primeiro em Viseu e no Porto, e mais tarde em Leiria, entre 1950 e 1964. Assim, a abertura do STB constituiu o corolário de diversos esforços que  entre os anos de 1965 e 1968 se desenvolveram para tentar colmatar a inexistência de uma instituição estável e organizada para o efeito.

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Primeiros alunos formados pelo STB, em Queluz

A primeira escola de formação teológica, o Seminário Teológico Baptista Português, surgiu em 1922 apenas dois anos após a formação da CBP. Quando Albert Luper pisou o solo lusitano foi entusiasticamente recebido e imediatamente aproveitado para fundar e dirigir a tão desejada escola bíblica em Viseu, juntamente com o Colégio Baptista Americano. Experiência efémera na capital da Beira Alta, porque deslocada dos grandes centros, mas que ganharia raízes mais fundas no Porto, após a sua transferência para esta cidade logo no ano seguinte. Após um período mais conturbado, foi tentada a reorganização do Seminário do Porto em 1927 mas os recursos económicos eram escassos e os resultados pouco expressivos.

Em 1933, com a chegada dos missionários William Hatcher e esposa dá-se o início do novo Seminário Baptista Português, desta vez na capital, em Lisboa. Mas logo no ano seguinte a escola seria transferida mais uma vez para o Porto. O novo diretor era pela primeira um português, Manuel José Cerqueira, que havia obtido a sua formação teológica no anterior Seminário, sendo também licenciado em Filologia Clássica pela Universidade de Coimbra. No meio de alguns tormentos e diversas fases definidoras do próprio panorama batista em Portugal, este Seminário foi prosseguindo a sua missão de formar pastores e outros obreiros praticamente até ao final da vida ativa do seu histórico diretor.

Perfilava-se, entretanto, uma nova fase do panorama da educação teológica com a fundação do Seminário Teológico Baptista, em Leiria, dirigido inicialmente por Samuel Faircloth, norte-americano enviado pela sociedade missionária da Convenção Baptista Conservadora. Esta escola foi muito ativa na formação de uma duradoura geração de novos pastores batistas mas também na promoção de outras iniciativas como a publicação de livros e de uma revista teológica. Foram cerca de quinze anos de intensa atividade mas que viriam a terminar novamente devido a fatores que transcenderam a dinâmica própria da formação teológica dos batistas portugueses.

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Professores e alunos do Seminário de Leiria

O Seminário Teológico Baptista, em Queluz, é, pois, a quarta escola de formação teológica batista em Portugal ao longo dos últimos quase cem anos. Durante este meio século do seu funcionamento, o STB contribuiu para a formação teológica de um número significativo de pastores e líderes das igrejas do nosso país, mas também de obreiros e missionários de Angola e Moçambique, para além de outros espalhados pelos diversos continente

Nos primeiros quatro anos do seu funcionamento, o STB foi liderado por Lester Bell que transportou consigo a longa experiência adquirida no Brasil. Seguiu-se na direção da escola, de forma interina, outro missionário norte-americano, entre 1972 e 1973: Grayson Tennison. Bell voltaria a ser reitor por mais dois anos.

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Os primeiros responsáveis pela direção do STB

Em 1976, o STB transferiu-se para instalações mais adequadas onde ainda hoje se mantém, dispondo de salas de aula, uma biblioteca que comporta cerca de dez mil volumes, gabinetes de trabalho e refeitório, bem como alojamentos para estudantes.

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Alunos do STB nos anos 70 do século XX

Com uma breve interrupção de dois anos, entre 1991 e 1993, em que a escola foi dirigida por Daniel Machado, até 2002 coube a Manuel Alexandre Júnior, formado em Teologia pelo Seminário de Leiria e professor catedrático da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, a responsabilidade de servir com empenho e dedicação a instituição.

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Diretores do STB entre 1975 e 2002

O STB tem crescido de forma consistente, tendo milhares de pessoas passado pelos seus diversos programas de ensino na sede, nas suas extensões e mais recentemente com recurso a plataformas digitais. Porém, as necessidades persistem. Continuam a faltar recursos financeiros e recursos humanos, principalmente um corpo docente devidamente sustentado e que tenha as condições necessárias ao aprofundamento e atualização das suas competências académicas, de forma a poder dedicar tempo à investigação e produção de obras vitais para a formação de novas gerações de líderes-servos que possam corresponder às exigências dos tempos que vivemos. Glenn Watson, Paulo Pascoal, Alan Pallister e, atualmente, Fernando Ascenso, têm sido os responsáveis nos últimos anos pelos órgãos de direção desta escola.

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Os mais recentes responsáveis pela direção do STB

Quase um século depois da fundação do primeiro Seminário, a educação teológica baseada nas Escrituras continua a ser a grande preocupação dos batistas portugueses.

Aula Aberta junho 2016

Aula aberta no STB em Queluz